sábado, dezembro 09, 2017

Mikheil Saakashvili: do reformador extraordinário ao palhaço ordinário

Na tarde de 8 de dezembro, em Kyiv finalmente foi detido o ex-presidente da Geórgia e ex-governador de Odessa, Mikheil Saakashvili. A detenção deixou indiferente a absoluta maioria dos ucranianos e moradores da capital do país. O populismo agudo do ex-reformador georgiano não cativa a classe média ucraniana.  

Mikheil Saakashvili gosta de dizer que “o poder ucraniano não faz nada”, o que não corresponde à verdade, as reformas estão sendo feitas e legislação torna-se cada vez menos socialista. Na Hungria, Polónia, Roménia e outros países da Europa pós-comunista este processo levou cerca de duas décadas. A ausência dos milagres económicos “aqui e agora”, salários de 2.000 Euros e pensões de 1.000; Saakashvili e a sua equipa usam como a “prova provada” da necessidade de mudar o poder.

Saakashvili também fala constantemente sobre impeachment ao Petró Poroshenko. A legislação ucraniana na matéria exige que impeachment seja votado favoravelmente pelos 3/4 do Parlamento ucraniano (Rada Suprema), o que não acontecerá, dado que o Bloco do Petró Poroshenko possui cerca de 1/3 dos deputados do parlamento. Saakashvili perfeitamente sabe disso, mas usa o tema para RP pessoal, enganando os seus apoiantes.

02. Após a última tentativa de deter Saakashvili, este andou à deriva pela Kyiv, exortando às pessoas ao “novo Maydan” — sem conseguir o número suficiente dos apoiantes, acompanhado por um grupo entre algumas dezenas e algumas centenas de personagens obscuras, na sua maioria homens na casa dos 40-50 anos, sem profissão ou ocupação definidas.
Mikheil gosta de dizer que ele (diferentemente dos “barrigas”, isso é, oligarcas e políticos corruptos) é muito pobre. No entanto, aluga um apartamento do tipo estúdio, no centro de Kyiv, ao preço de 6.000 dólares ao mês / 72.000 dólares ao ano, muita gente gostaria de ser pobre de forma igual ;-)

03. “Kyiv, se levante!” — grita homem com capacete do operador do blindado, mas os cidadãos não se sentem muito tentados.

04. Kyiv em 8 de dezembro de 2013 na “Marcha dos Milhões”, quando os ucranianos sentiram que os seus direitos legítimos são espezinhados pelo Yanukovych e o seu bando, os cidadãos preencheram toda a praça de Independência (Maydan), rua Instytutska e toda avenida Khreshatyk até ao mercado Bessarabsky (a foto não mostra todos os participantes):

05. As barricadas de Saakashvili: fogo em dois tambores, os ativistas navegam nos smartphones.

06. Uns tipos amassados pela vida, com as barbas por fazer e dentuças de ouro carregam o ferro velho para construir as barricadas:

07. Os ativistas queimam a madeira nos tambores, tal como em dezembro de 2013, gritando a palavra de ordem “Kyiv, se levante!” — mas nada acontece.

08. O culto à carga da Maydan: “Vamos queimar os pineu e tudo dará certo!” — mas não.

09. Barricadas do Saakashvili:

10. Após a detenção do Saakashvili os seus apoiantes tentaram provocar a polícia, mas nada conseguiram.

11. É de notar a calma positiva da polícia:

12. Os membros da Guarda Nacional da Ucrânia desmontam as barricadas:

13. Tenda com slogan “Ucrânia sem oligarcas”.

14. Banner: “Pela pensão mínima de 5.000! [UAH (?), cerca de 185 dólares]; pelo salário mínimo de 10.000! [UAH (?), cerca de 370 dólares]; Pelo socialismo europeu! (Sic!)

Fotos: GettyImages | Internet | Texto @Maxim Mirovich e [Ucrânia em África – introdução]

Blogueiro: Mikheil Saakashvili consegui implementar na Geórgia uma série de reformas extraordinárias. Em Odessa, recebendo do presidente Poroshenko carte blanche e prerrogativas que nenhum outro governador ucraniano alguma vez tive, não mostrou praticamente nada de assinalável.

Atualmente, as suas atividades são absolutamente destrutivas e prejudiciais à Ucrânia, sem mencionar que Saakashvili se esqueceu que é convidado e não dono da casa. Recebendo os fundos, vindos do estrangeiro, as suas ações representam ameaça aos interesses nacionais da Ucrânia. Como um país democrático, Ucrânia tem todo o direito de deportar Mikheil Saakashvili para Geórgia, onde o sistema judicial, reformado pela equipa do próprio Saakashvili irá decidir o seu futuro.

É tudo.

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