quinta-feira, dezembro 21, 2017

A inteligência de Josef Estaline

Josef Estaline, o mestre incontestável da União Soviética e dos seus satélites pós-guerra, durante um quarto do século – foi um dos principais assassinos em massa do assassino século XX. Tanto que Hitler, o competidor de Estaline neste domínio, o admirava muito. Em algumas de suas “conversas à mesa”, realizadas no círculo de associados mais íntimos, enquanto as tropas alemãs estavam devastando a União Soviética, Hitler o chamava de “génio” e “tigre”.
Lenine e Estaline em Gorki, nos arredores de Moscovo, setembro de 1922;
foto de Maria Ulyanova, a irmã de Lenine
Arquivo Estatal russo de História Social e Política (antigo Arquivo Central do Partido Comunista)
por: Richard Pipes, NY review of books

De acordo com Alexander Yakovlev, membro do Bureau Político (Politburo) e o conselheiro mais próximo de Mikhail Gorbachev, que como presidente de uma comissão para estudar as repressões estalinistas teve acesso a todos os registos relevantes, Estaline foi responsável pela morte de [no mínimo] 15 milhões de cidadãos soviéticos. Ele tiranizou o país como ninguém havia feito antes. Contudo, de acordo com as pesquisas de opinião pública, ele continua sendo uma das figuras políticas mais populares da Rússia: uma pesquisa realizada em 2006 revelou que quase metade (47%) dos russos o considerava uma figura positiva [em abril de 2017, os 38% dos respondentes russos colocaram Estaline no primeiro lugar na lista de “pessoas mais notáveis de todos os tempos e nações”, de acordo com uma pesquisa de opinião conduzida pelo Centro Levada].
A morte do Estaline chorada pelas suas vítimas em Moscovo, março de 1953
Ler mais: Mulheres do GULAG soviético: a amizade é mais forte do que o ódio 

O que explica esse paradoxo? É que a grande maioria dos russos tem pouco interesse na política. Eles consideram os políticos como criminosos e os estimam apenas na medida em que eles os protegem contra seus vizinhos e estrangeiros. Suas preocupações não são nacionais, mas locais, o que significa que a maioria delas não participa na política no sentido em que os gregos antigos nos ensinaram. Assim, quando a União Soviética entrou em colapso em 1991 após quase três quartos de século de tirania sem precedentes, não houve protestos nem júbilos; as pessoas simplesmente seguiram seus negócios privados. A vida da grande maioria dos russos é extraordinariamente pessoal, o que os torna excelentes amigos e fracos cidadãos.
A morte do Estaline celebrada pelos sobreviventes do comunismo em Nova Iorque, março de 1953

Ler o texto integral em inglês.

Bónus
“Stalin: Volume I: Paradoxes of Power, 1878–1928”
do Stephen Kotkin, Penguin, 2014

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