quinta-feira, setembro 01, 2016

Ucrânia lança na China a produção do maior avião do mundo

O fabricante ucraniano de aviões, EE Antonov, assinou, com a Aerospace Industry Corporation of China (AICC), o acordo de cooperação para a produção na China dos maiores aviões do mundo, An-225 “Mriya”, informa a holding UkrOboronProm.
An-225 "Mriya"
As partes apostam na cooperação de longo prazo, dividido em duas partes. A primeira etapa prevê a construção na Ucrânia do aparelho modernizado do An-225 “Mriya” e o seu fornecimento à AICC. Na segunda etapa, as duas empresas irão criar a linha de montagem e fabricação do An-225 na China em série, como um produto licenciado pela “Antonov”. Ambas as etapas irão se realizar segundo as clausulas de dois contratos separados.
Drone de ataque Antonov BK-1 "Horlytsya"
É de recordar que em 2015 o Conselho de Ministros da Ucrânia integrou a empresa “Antonov” na holding estatal UkrOboronProm. Desde ai, a empresa realizou o programa de substituição dos componentes de russos na produção dos seus aparelhos, aprofundou a cooperação com os parceiros ocidentais, desenvolveu um novo An-132 (Cline), começou o desenvolvimento do sector nacional da aviação não tripulada, recebeu várias encomendas do Ministério da Defesa da Ucrânia.
An-124-100 "Ruslan"
De acordo com a televisão chinesa CCTV, as negociações entre Ucrânia e China começaram em maio de 2016. “Após a assinatura do contrato com a empresa ucraniana, China ganhará acesso às tecnologias únicas no campo da aviação”, – dizia a reportagem o canal chinês. Os dados da CCTV apontam a produção do primeiro An-225 em série na China já em 2019.
An-124-100 "Ruslan"
An-225 “Mriya” (sonho em ucraniano), foi projetado especificamente para assegurar o sistema de transporte aéreo ao projeto soviético do vaivém espacial “Buran”. É o maior avião do mundo em tamanho e com a maior capacidade de carga. O chefe-designer é Victor Tolmachev. Neste momento, o An-225 existe em um único exemplar operacional, o segundo aparelho está pronto em 70%.   
O corpo do segundo An-225 em construção em Kyiv
O desaparecimento da URSS e o fim da corrida espacial entre a União Soviética e os EUA, abrandou a necessidade dos supercargueiros. A ausência de procura por parte dos clientes fez com que o segundo “Mriya” nunca foi concluído. O surgimento do mercado de transporte de cargas súper pesadas ou de dimensões especiais forneceu a segunda vida aos cargueiros ucranianos An-124 “Ruslan” (Condor) e ao An-225 “Mriya”, mas neste momento este segmento do mercado passa pelas óbvias dificuldades de conjuntura económica. O principal perfil de carga transportada pelos cargueiros supercargueiros AN são os equipamentos de grandes dimensões e/ou peso para o setor de petróleo e do gás, cargas da indústria aeroespacial, as cargas militares e de ajuda humanitária à serem entregues directamente nos locais com as condições deficientes de infra-estrutura.
O corpo do segundo An-225 em construção em Kyiv
As razões da decisão chinesa
An-225 "Mriya"
Dado que o mercado dos serviços para os supercargueiros é bastante reduzido, não é de esperar que o novo An-225 será produzido na China em grande número. Ao mesmo tempo, a China possui as ambições consideráveis na sua indústria aeroespacial e a compra do “Mriya” segue a lógica clara: adquirir um produto que permitirá possuir a sua própria frota de supercargueiros para não depender de nenhum dos actuais operadores deste tipo de serviços.

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