quarta-feira, novembro 04, 2015

A URSS entre Estaline e a primavera do Khrushev

Em 1955, o fotógrafo americano Ed Clark da revista “Life” recebeu o convite soviético para visitar a URSS. Clark foi um dos primeiros fotógrafos ocidentais à visitar o país, num período de pelo menos 30 anos.
Após a morte do Estaline, mas antes do fim oficial do seu culto de personalidade, a URSS exerceu uma verdadeira campanha das Relações Públicas junto ao público ocidental em geral e americano em particular. Podemos imaginar que a campanha tinha dois objetivos principais: mostrar, o suposto padrão razoável da vida da classe operária soviética e enviar um sinal sublime ao Ocidente: “os soviéticos não são monstros, são pessoas normais, tal como vocês”.  
A reportagem que apresentamos (e que foi realizada no inverno de 1955/56), deveria mostrar a vida quotidiana da família “típica” do operário soviético da cidade de Leninegrado (hoje São Petersburgo). O pai, um operário metalúrgico qualificado e membro do partido comunista, Dmitriev, a sua esposa e dois filhos menores. Hoje não se sabe quem na realidade era o tal “operário” e qual era a sua profissão ou a posição profissional real, no entanto, se fiar pelas imagens, a família vivia no padrão de vida muito acima da classe média trabalhadora.
Mesmo assim, algumas fotos mostram claramente que as imagens foram trabalhadas para serem “politicamente corretas”, ora em termos de ideologia (obra do Lenine virada para ser apanhada de capa na foto) ora em termos de bem-estar (as cortinas com as pontas não cozidas, o que significa que foram colocadas às pressas nas vésperas e a dona de casa não tive tempo de as cozer).
O blogueiro judeu ucraniano, nascido em Odessa e radicado na cidade de Kansas nos EUA, dono do blogue KC Meesha, tive o tempo e a paciência de identificar nas fotos diversos objetos cuja função ou utilidade que não seria tão facilmente identificada hoje, principalmente pelos mais novos. O nosso blogue teve quase a mesma paciência em passar todas as identificações ao português. Assim, os nossos leitores estarão no museu da época, poderão ver as imagens e ler as legendas, testando os seus conhecimentos históricos e culturais.

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