segunda-feira, agosto 17, 2015

Ucrânia: o genocídio esquecido de 1932-1933

Dos arquivos secretos da antiga União Soviética emerge a verdade sobre o mais terrível crime de Estaline. O historiador italiano Ettore Cinnella conta a história do esquecido genocídio ucraniano ao longo dos mais de 300 páginas do seu livro “Ucraina: il genocidio dimenticato 1932-1933” (ISBN 9788896209172; 18,00 €).

Entre o outono de 1932 e primavera de 1933, seis milhões de agricultores na URSS foram condenados a morrer de fome: cerca de dois terços das vítimas eram ucranianas. A fome de proporções sem precedentes não era devido aos caprichos da natureza, mas foi uma campanha orquestrada por Estaline para punir todos aqueles, em toda a URSS, que estavam se opondo à coletivização forçada. Na Ucrânia o extermínio dos camponeses, o chamado Holodomor, estava entrelaçado com a perseguição da elite intelectual e a guerra contra o sentimento patriótico do povo.

Baseado nas evidências que surgiram após o colapso da URSS, o livro reconstrói os eventos dramáticos e explica as razões por detrás da decisão implacável do Estaline.

Procurar o melhor preço em: Amazon | Feltrinelli | obtere-book

Na entrevista ao Serviço ucraniano da Deutsche Welle, Ettore Cinella, explica a importância do Holodomor na história da Ucrânia de uma maneira muito simples: “Sem conhecer Holodomor, é impossível compreender o conflito (atual) entre Ucrânia e Rússia”.
O historiador italiano Ettore Cinella
DW: Na questão, se o Holodomor era dirigido exatamente contra os ucranianos, não há acordo entre os historiadores ucranianos e russos. À que conclusão Você chega?

EC: Holodomor é um genocídio, em primeiro lugar social. O seu objetivo era destruir as camadas mais laboriosas da população rural. Mas o facto de que dois terços das vítimas são ucranianos não é um acaso. Assim como não é uma coincidência a destruição da intelligentsia ucraniana, no mesmo período. Estaline temia as manifestações de sentimentos nacionais fortes, no Cazaquistão, na Ucrânia. Existem as cartas nas quais ele fala do “risco de disseminação das escolas ucranianas”. Naquela época eram muitas, inclusive fora da Ucrânia – na Rússia, no Cáucaso. Na época a cultura ucraniana era muito atraente, e Estaline não gostava nada disso.

Sem comentários: