sábado, julho 04, 2015

Obrigada, Zemfira, a nacional-traidora russa!

A recente participação da cantora russa Zemfira no festival georgiano Tbilisi Open Air 2015, conseguiu provocar a ira mais que aguda e a indignação quase genuína dos diversos compatriotas seus.
Os russos famosos e anónimos já chamaram a ação da Zemfira de “exercício das relações públicas”; de “especulação baseada no sangue pelo honorário”; pediram o “boicote total da cantora”; sugeriram à “não deixar a cantora voltar para Rússia, obrigando a viver em Tbilissi” e até exortaram o público russo nos seus concertos à atirarem contra ela os “tomates e ovos”.
Tudo isso pelo facto da Zemfira empunhar no palco georgiano a bandeira nacional da Ucrânia, a bandeira do país que a propaganda russa continua à classificar de “país-irmão”, país habitado por “praticamente mesmo povo” (comparado com o russo), na versão do presidente Putin. Nesta ótica o tratamento dado aos símbolos nacionais do “país-irmão” é altamente incompreensível, ou se calhar, até é absolutamente esperado... 

Zemfira com a bandeira da Ucrânia:
https://www.youtube.com/watch?v=jSB0mUXuV38

Em contrapartida, os mesmíssimos usuários russos não viam nenhum problema na situação em que o ator russo Mikhail Porechenkov a) entrou ilegalmente na Ucrânia; b) usou ilegalmente as vestes (capacete e o colete prova-de-bala) com a inscrição “imprensa”; c) inserido numa unidade russo-terrorista participou num “safari” humano, disparando contra as posições ucranianas, usando para isso uma metralhadora pesada.
Ator russo Mikhail Porechenkov em Donetsk
Este tratamento dispensado aos cidadãos do “país-irmão” não suscitou nenhuma crítica, ira, nem mesmo qualquer incómodo da sociedade russa ou da sua blogosfera. Matar os ucranianos na Ucrânia pela culpa de pretenderem ser ucranianos? Este que é espírito do verdadeiro “mundo russo” na luta sem quartel conta o “fascsimo-nazismo ucraniano”.

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